quarta-feira, setembro 24, 2003

AMIGOS vs. COLEGAS (II)

Noutro plano, no que respeita à “dicotomia” colega / amigo, qual o seu “modus operandi”? Onde / Como é estabelecida a fronteira?



Se nos ativermos apenas à questão da regularidade / frequência do contacto, os colegas sairão vencedores “de goleada”: enquanto a família (por exemplo, pais / sogros) pode eventualmente ser vista apenas aos fins-de-semana; o marido / mulher e os filhos, diariamente (mas apenas, no máximo, talvez 4/5 horas); os colegas do trabalho, também diariamente, mas, pelo menos, 8 a 10 (ou mais) horas...



Passando ao tipo de encontros, inevitavelmente haverá jantares (quanto mais não seja o “jantar anual de Natal”) e muitos “cafés”, eventualmente “saídas à noite”; concerteza, incontáveis almoços.



Os interesses em comum poderão ser em maior ou menor grau, mas algum ponto de contacto, de afinidade social, desportiva, política, cultural, religiosa, sempre acabará por existir.



Em trabalhos em equipa, espera-se que haja alguma empatia ou o resultado final poderá estar irremediavelmente comprometido…



A confiança será naturalmente edificada e solidificada com o passar do tempo.



E, afinal, é com os colegas de trabalho que mais conversamos, que rimos, que nos “aborrecemos” (para não dizer “chateamos”), que apoiamos, que amuamos, que compartilhamos os sucessos, que invejamos; finalmente, com quem competimos nesta espécie de “lei da selva”, onde apenas os mais fortes vingam.

Poderá ser esse um factor distintivo no binómio colega / amigo?



Ou será a primeira “qualificação” (“colega”) um estado ou uma etapa na transição para a segunda (“amigo”), por via do reforço da confiança e da cumplicidade?

Ou não será “nada disto, antes pelo contrário”: amigos são amigos; colegas são colegas; vamos mas é "back to work"?…

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