sexta-feira, outubro 03, 2003

MODERNIDADE NASCEU NA IDADE MÉDIA (V)

“… Há efectivamente incontornáveis referências de personalidades, cujas obras passaram a ser determinantes para o futuro: Santo Agostinho (século V) – na charneira entre a Antiguidade e a Idade Média, prolongando-se na Modernidade –, cuja vasta produção literária tematizou a questão da verdade, da liberdade, da subjectividade e da história; Boécio (século VI), tradutor – do grego para latim – e comentador das obras gregas, a quem se deve a fixação de uma boa parte da terminologia filosófica e teológica latinas; … Santo Anselmo (século XII), bispo de Cantuária, teólogo e filósofo, pré-escolástico, autor do depois designado argumento ontológico, que procura ser um itinerário puramente racional para Deus; Avicena (nascido no Turquestão, século XI) e Averróis (século XII), pensadores árabes cuja obra foi decisiva para o acolhimento e comentário da herança filosófica grega, principalmente a de Aristóteles, e que tentaram conciliar o Alcorão, vindo a tornar-se referência insubstituível, por adesão ou rejeição, da especulação escolástica; … São Tomás de Aquino (século XIII), dominicano, uma das maiores referências, ainda na nossa época, da teologia e filosofia cristãs; … Guilherme de Ockham (século XIV), prefigurador do mundo moderno, passando a ser, posteriormente, referência obrigatória, na política, na filosofia da linguagem e na teologia.”



"Modernidade nasceu na Idade Média" (Joaquim Cerqueira Gonçalves) – "Notícias do Milénio"

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