“REPÚBLICA MOLDAVA DO DNIESTRE”?
Numa estreita faixa de terra, encravada entre a Ucrânia e a Moldávia, com uma superfície de 4 000 km2, subsiste uma improvável e auto-proclamada República, com 800 000 habitantes, nascida em 1990, na sequência do caótico desaparecimento da ex-URSS, apesar de não reconhecida por nenhum outro país.
Tiraspol, a “capital” surge como uma cidade soviética petrificada, com paradas militares junto da gigantesca estátua de Lenine.
Na “Transnitria” (região “para além do Dniestre”), a prática da língua romena é considerada um crime político. A sua adopção, em 1989, como língua oficial na Moldávia, tornou-se o rastilho da tendência secessionista da região maioritariamente de expressão russa.
Nos últimos 10 anos, beneficiando da fraqueza dos corruptos governos moldavos e da cumplicidade das máfias russas e ucranianas, a “Transnitria” tornou-se um “paraíso do crime organizado”. Os tráficos ilícitos (de armas, tabaco, droga, álcool, petróleo, prostituição ou branqueamento de capitais) – essencialmente um negócio de família – tornaram-se na base de sustentação da “economia” do território.
Com a prevista (para 2007) adesão à União Europeia da Bulgária e da Roménia, o conflito que opõe a região da “Transnitria” à Moldávia ficará às “portas” da nova Europa alargada; é neste âmbito que os responsáveis europeus equacionam a possibilidade de envio de uma força de manutenção de paz.
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