domingo, agosto 03, 2003

TEXTOS PRÉ-BLOGUES / “DN JOVEM” (II)

Outro texto seleccionado para publicação, o qual, contudo, por circunstancial “falta de espaço” acabou por ficar na “gaveta”… Até hoje! (Como não existe o conceito de “falta de espaço” na Internet, este texto velhinho de quase 15 anos, pode ser hoje divulgado ao mundo; obviamente, a título de curiosidade “histórica” pessoal).



Acabo de ler o DN Jovem e estou triste. Uma descarga de matéria poluente no Rio Nabão provocou a morte, na cidade, de Tomar, de inúmeros peixes, causando graves danos à fauna e flora do curso fluvial.

Assomam-me ao espírito, os casos da Ria Formosa ou do Alviela e continuo triste. A mesma tristeza que sinto ao olhar o Tejo, em Lisboa. Quem se recordará dos golfinhos do Tejo, hoje em dia? Infelizmente, os jovens não tiveram o prazer de os observar. Por culpa do Homem.

Por associação de ideias, lembro-me de Chernobyl e interrogo-me se os homens estarão conscientes do que está a acontecer.

É urgente reflectir e passar à acção. Cabe aos agentes económicos, a todos nós, a prevenção destes casos e a criação de condições que evitem a sua repetição.

Em primeiro lugar, o Estado, por via da sua faceta legislativa, é responsável pelo acautelar dos interesses do ambiente, devendo sensibilizar os indivíduos para estas questões e contribuir para a resolução dos problemas.

Contudo, o papel das empresas não pode ser o de remeter para o Estado, a criação de infra-estruturas despoluentes. São elas que têm de procurar novas formas de produzir, preservando a natureza, recorrendo a energias alternativas, como a energia solar, por exemplo. Por sua vez, os resíduos da produção deveriam se encaminhados, não para os nossos rios, mas para centrais de tratamento de detritos.

Um indicador positivo é o facto de, a nível empresarial, se começar a conceder relevo à defesa do ambiente, pelo menos em termos de promoção, em que, a par do realce da qualidade do produto, se destaca as suas características não poluentes, o que constitui uma nova fase, conhecida por “societal marketing concept”, ou seja o marketing que visa corresponder à responsabilidade para com o meio social em que a empresa se insere.

Também as famílias, no seu dia-a-dia, têm um papel importante na defesa do ambiente em que vivem. Até porque o reciclar de produtos já sem utilidade, terá dupla finalidade; além de preservar a vida na Terra, poderá trazer contrapartidas económicas (recordem-se as campanhas de recuperação do vidro e do papel).

Acima de tudo, é imperioso que se abandone a ideia de transferir as soluções dos problemas de hoje para amanhã, adiando-as “sine die”, indefinidamente.

Mais importante que pedirmos socorro, teremos de socorrer-nos a nós próprios. E, por vezes, seria tão fácil…




A esta distância, não me parece que esteja muito desactualizado…



P.S. Como bem lembra o Rui Branco, também “passaram” pelo “DN Jovem” (entre muitos outros, e para além do próprio), José Mário Silva, Pedro Lomba e Tiago Rodrigues.

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