"REALITY SHOW"
As televisões encontraram um novo filão nas "histórias" dos incêndios.
E, claro, "agarraram-se" a elas. Banalizando-as, tornando-as mais um "reality show".
Gente em desespero absoluto, em completo descontrolo, atravessa os vários "jornais da noite".
Ora, não é através da banalização, da repetição sistemática, da "exploração" das emoções que se vai resolver qualquer problema.
A informação deveria ser objectiva, precisa e concisa.
Assim, estamos a transformar isto em mais um "espectáculo", como se de um filme (algo de irreal ou ficcional) se tratasse - como se fosse uma coisa longínqua, que só a outros diz respeito.
Não é assim que os portugueses vão adquirir consciência das reais implicações desta tragédia.
É que isto é mesmo real. E desesperante.
Mas só pode aperceber-se do seu impacto real quem está a viver, dia a dia, na angústia, no pânico de ela lhe "tocar à porta".
P. S. Na fria linguagem dos números, que não deixa de ser “eloquente”, foram mais de 40 minutos na RTP1; mais de 50 minutos na SIC; mais de 1 hora (!) na TVI; honra lhe seja feita, apenas 20 minutos na SIC NOTÍCIAS, com a cobertura mais sóbria, mais serena, mas simultaneamente mais profunda, sem apostar na “superficialidade” do dramatismo das imagens.
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