segunda-feira, julho 21, 2003

AS VOZES DA RÁDIO

Sempre exerceu sobre mim grande fascínio tentar “adivinhar” como será o rosto das “vozes da rádio”.

Aquelas vozes que nos são familiares, que nos habituámos a ouvir diariamente, com um estilo próprio e característico, marcantes como se de uma “impressão digital” se tratasse, que nos permitem com facilidade uma perfeita identificação da pessoa, mantendo-se contudo o mistério sobre a sua figura, a sua aparência, o seu aspecto…

Tentar imaginar qual a pessoa que corresponderá à voz: mais ou menos idosa, mais ou menos alta, mais ou menos magra… com ou sem óculos… talvez com um início de “entradas capilares”?

E depois, quando, para além da voz, também a figura ganha notoriedade (por via desse grande “mecanismo” chamado televisão), não será esse “feitiço” quebrado?

Não será essa uma das “magias” da rádio: a “construção” / idealização que proporciona, no imaginário individual (por parte de cada um de nós, ouvintes), de uma “imagem” para aquela voz que nos encanta?

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